PEDAÇO DE UNIVERSO

O sol ajusta os raios e mira

os corpos descendentes da nudez, na praia,

lhes veste e coroa em úmida veste amarela;

enquanto tosta, espia, debruçado na janela,

a moça que lentamente tira a saia...

A manhã, de inveja morta pelo brilho da noite,

pede a ele que lhe dê rendas e bordados alaranjados,

espalha seu orgulho de suor em pingos salgados:

òh manhã, que tão bela és como se assim o fosse...

Eu, pedaço de universo estirado na areia molhada,

granjeio a simpatia do astro solar me dedicando

a tatuagens que insinuam a solaridade desejada,

fechando os olhos, cheios de raios,

de vez em quando...