Um vôo para o amor
Seu coração ferido estava,
Contriste era o amor que nele habitava...
-Mas moça, tu não precisas te sentir assim por tão pouco!...Dizia uma voz em seu corpo.
Cortou as correntes que em sentimentos tão frágeis lhe ousavam prender, e inesperadas asas ganharam espaço para crescer...
Asas que vôos de liberdade mesmo presos na dimensão espaço-tempo conseguiram alçar ... asas que enxergaram abismos mas não desistiram de voar... asas que o medo do horizonte aprendeu a cortar...
Poucas coisas nessa vida são infindáveis, e não seriam os abismos humanos criados por cegos olhares que na infinitude não existente sua visão prenderiam.
Voando sem medo do que via, sem deixar de ser o que queria, um suave toque em sua pele sentiu. Um toque que de tão suave que foi, estranho tornou. Uma estranheza que a sua própria essência tornou e o que tinha de melhor mostrou quando o simples toque num pouso se transformou...
Quisera por um significativo instante sacudir os ombros e expulsá-lo de si. A sensatez emocional foi maior, e a razão, essa criança em potência que tantas vezes nos liberta e tantas outras nos aprisiona, guardou a sua infantilidade num vasinho que um dia brotou uma flor cujo adubo foi aquele pouso que permitiu ficar. E, no instante em que ele ficou uma gama de sentimentos no seu ser inudou. E ela que não cogitava em par saber voar, voou em direção ao amor...