Cantares do poeta

Pelo mundo que caminha só

Pelas multidões que seguem cegamente o acaso.

Pelos doentes que vegetam nos corredores dos hospitais

Mas da vida não abrem mão.

Pelos velhos que se recolhem à infância

Na busca de um dia a mais.

Pelos jovens que lutam, estudam, trabalham, amam

E sonham em reger o mundo amanhã.

Pelos amantes que amam a muitas

Mas gritam por um amor único e verdadeiro.

Pelos juízes que julgam a todos

Mas são réus de si mesmos.

Pelos médicos que salvam inúmeros

Mas choram pelos poucos que perdem.

Pelos ricos que têm créditos para tudo

Mas mesmo assim sentem os débitos em seus corações.

Pelos amigos que chegam, ficam e partem

E deixam um pouco, deixam muito de si.

Pelos pobres que nada têm

A não ser a esperança que também é vazia.

Pelas flores que lançam seu perfume ao vento

E seu colorido em nosso tempo.

Pelos pássaros que têm a liberdade de voar

Mas sempre retornam ao ninho, porque o seu amor está lá.

Pelo sol que é crescimento e vida

Por nossa natureza que geme cada dia mais.

Por nós que pecamos

Contra tudo e contra todos.

Mas sentimo-nos inocentes

Até prova em contrário.

Robertson
Enviado por Robertson em 03/11/2017
Reeditado em 04/11/2017
Código do texto: T6161653
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