O ATO DE NÃO VARRER AS FLORES
O ATO DE NÃO VARRER AS FLORES
na calçada
a tua sombra rosa
repousava em ipês
o lento embalo suicida
furando o vento
suave
e solitário
devagarzinho desprendia
uma a uma
a lembrança verde e selvagem
do teu corpo
caindo
caindo
caindo
Mírian Cerqueira Leite