Espécies de Pena
Há a pena da ave que cai do céu por descuido e resvala em nosso rosto
Há as penas do orgulhoso pavão que vive exposto como rei por puro gosto
Houve penas para escrita à tinta quando não havia outros instrumentos
Que expressassem o vigor e o lamento que o semblante ocultava peito adentro
Ícaro quis voar, pobre homem, suas penas eram coladas com cera frágil
Há penas das quais não se pode fugir ou nos encontramos com o trágico
Por séculos penalizou-se covardemente povos por não terem cores e credos apropriados
Há que se ter pena, sim, desses despojados de compaixão, uns atordoados
Uma simples pena é branda e serena, vem a brisa a sopra bem leve
Para viver assim, solte suas amarras e lance-se ao vento feito pipa, entregue-se.
Sempre lembrando que o maior carrasco da pena é quem renega seu erro e vive em dilema. Refletir vale a pena!