O PRIMEIRO

Estive no cemitério onde o amor enterra seus mortos,

entre árvores ondulantes que nunca souberam de nada;

ali, miúdo e contrito, depositei a flor umedecida,

confiei minhas palavras ao vento fofoqueiro,

nem sombra de ninguém visitando alguém,

fui de cova em cova, suavemente,

raspei o lodo da lápide e li,

em letras pálidas e vesgas,

aqui jaz o coveiro,

homem de servilidade,

enterrado antes do amor,

o primeiro...