Almas sórdidas
De teus lábios vertem um destilado veneno,
Ao úmido toque, perdi meu tato em seu efeito;
Indolente, fui abrindo meu peito perdendo o receio.
Ah! Embriagado pelo carmesim que te escorre.
Minha boca tangente ao teu corpo,
Reveste tua pele pálida e rosada;
Ascendo dos joelhos as pernas acima separadas, suada.
Condicionado, fui por vezes liberto, agora ando morto!
Homem, vil e faminto, devoro toda forma vital,
Quero mais, quero até tua alma.
Sorvendo aos poucos e tragando com calma.
Nos espelhos, quando passo, vejo um animal.
A noite parece não ter fim, meu sangue sente um frêmito,
Que aos poucos embaça a vista e turva os pensamentos.
Desperto do sono e tua imagem vem junto aos rebentos.
Em nossas horas promíscuas, me sinto vivo, indômito.