NAU SIDERAL
De perto o mar é salgado,
de longe é um verde asfalto
que ondula sob os cascos,
de mais longe um olho d'água
no corpo celeste que baila
dentro da nau infinita
que habita
os confins
do começo e do fim...
De perto, te conheço;
de longe és um graveto
da grande árvore humana,
de bem mais longe
um inseto sobre a rama
da evolução gramatical,
um épico que morre
quando o verso escorre
seus últimos lamentos
no espaço sideral...
De perto é longínquo o que pensamos ser
o início de uma quarta era
e um novo repor de forças
que nos sondam, das esferas;
sempre que um raio de sol
penetra e se multiplica em nova energia,
saiba que depois da escuridão
virá uma mensagem de um novo dia...