Inaptos

Seres apáticos, trágicos em seus cernes.

Repletos de nada e, tão vazios de tudo;

São cegos, são surdos e mudos mesmo com cada sentido intacto.

São gatos com medo de ratos.

Não voam, não sorriem com veracidade.

Não mais sonham;

Se banham diariamente nas águas da tristeza.

Sofrem por não terem beleza, lamentam por terem fartura em suas mesas.

Seres inaptos para o amor, recém-casados com a dor.

Espectadores e ao mesmo tempo, atores de circos horrendos,

Onde balanças pesam dinheiro e não o carácter;

Onde flagelar-se por migalhas é sinônimo de felicidade.

Felicidade, palavra escondida ou até mesmo morta em seus dicionários;

O Aurélio não lhes forneceu o básico e o básico muitas das vezes é o necessário.