O invejoso
Sério que achas fácil ser eu?
Ao menos me conhece por completo
Sabe das minhas mazelas, loucuras
Sofrimentos, e da minha falta de teto.
Jura que quer ser eu?
Hó! pobre infeliz, calce meus chinelos
E fique com eles uma semana
E verás minha barraca ao lado dos teus castelos.
Verdade que invejas o que tenho?
Mas, o que possuo afinal
de tão valioso que cobiças,
pois nada vejo de real.
Diga-me infeliz, fale; olhe-se
E olhando a si mesmo verás
que não precisas disso.
E em fim selaremos paz.