MINHA PALAVRA ARRASTA AO INFINITO
Meus olhos são as trilhas que mais me cegam
Meus pés tornaram-se estradas que me carregam
Pra onde ir, se pra caminhante não há caminho
Se ao caminhar o caminho se traça,
Pra longe se afasta e perpassa
Seu próprio ninho
Por meses em vário todo casulo repousa
Num segundo abre-se o matiz ovário da mariposa
Desabrocha das asas que aterrissam sempre abertas
Sua amerissagem perturba superfícies pan-secretas
Enfim se fecham, encerram a gama grã da vivência
Num vento, pouco dura, a abreviatura vã da existência
...
No mesmo sopro fugaz é que também nos damos
De encontro a muralha que nos aparta ao qual sonhamos
São os caminhos das pedras que levam ao destino
Ao mesmo modo que cerceia o livre arbítrio do peregrino
As pedras é que intuem qual flanco segue o andarilho
As pegadas são ditas por rochas cozidas de argila e ladrilho...
Olho em banda, não sei a que grupo ou rumo mais habito
Não sei se a espinha dorsal social é mais real ou mito
Me questiono e abandono a todo átimo aquilo que acredito
Apago todo auto-afago que pensado tenho escrito
Desfalo a metamorfose que pelo gargalo tenho dito
Procrastinação além da elisão de Ralé ou fé de erudito
Materializo o auto engano e juízo e a cada ano mais restrito
Enfim basta, minha palavra me arrasta ao infinito.
Finalizar um tema é amassar o ecossistema de papel e papiro
Como colocar uma pedra na artéria que engendra meu ultimar de suspiro.