BORDADOS
Um bordado no firmamento: estrelas. Quem curte?
Difícil é encontrar um alguém que deveras espreite
Essa sensibilidade em que ainda há tamanho deleite,
Pois na sanha de hoje sensibilidade é apenas iogurte!
Só o poeta traveste as palavras... é maestro sensível...
Pouquíssimos afrontam a modernidade. Pura idiotice!
Aí está a razão pela qual prevalece o que é só fetiche,
Arroubo exótico dum prazer que sobrevive de fusível!
Natureza e metafísico respiram totalmente uníssonos...
Não são vagas... São bronzes prateados de finos sinos
Que tecem a harmonia deste cosmos tão depredado...
Bordados! Eis a sutileza dos astros, somente paisagens...
E uma sensualidade febril depauperada. Tudo miragens
Arroladas ao libido excêntrico de quem está enamorado!
DE Ivan de Oliveira Melo