SUAVE POESIA
Quando saio para ir pescar
me sento à beira do rio,
sem anzóis, só para conversar
com peixes que não sentem frio,
que vivem na correnteza do dia-a-dia
ondeando escamas com o sol em cio,
doce cardume de poesias...
Falo ao vento que fala na língua da brisa,
olho as cores que me olham, doidas, coloridas,
o tempo, descansando de si, em pura preguiça,
estende seus braços e recria em novo a velha vida...
Quando saio de mim para ir de encontro
ao que aqui fora nos espera todos os dias,
me vergo, me muto, me torno outro e sempre pronto
escrevo com minha alegria a mais suave poesia...