ETÍLICO
Sobre meu túmulo não quero flores,
Nem lágrimas esculpidas de hipocrisia.
Quero, sim, uma cerveja bem gelada
A fim de que possa saborear ardores.
Sobre meu caixão não tolerarei tristeza,
Nem sermão de padres ou de pastores.
Quero, sim, um copo de uísque com coco
A fim de que eu possa festejar a natureza.
Perante minha memória não quero saudade,
Quero, sim, sambas, frevos, impulsividade...
É que no céu também há carnaval e alegria!
Na hora em que meu corpo for à sepultura,
Por favor, nada de silêncio ou de clausura...
Beberei do ataúde o orvalho da alcoometria!
DE Ivan de Oliveira Melo