ETERNA POESIA

O coração de um homem é um rio que corre

entre duas margens que porfiam,

uma que sobrevive a si, nunca morre,

outra que se torna eterna poesia...

Vasto é o amor que em seu peito põe-se a gritar,

grito que assusta quem não ama e nem fia

as vestes de bodas que elege o sentimento ímpar,

coruscar de sons que se tornam inefável melodia...

No pátio do seu coração duas forças em duelo estão,

avançam e recuam sob o fio da espada do silêncio,

selam o destino da crença no amor ou na ilusão,

folhas da mesma árvore, esmaecidas pelo tempo...

Das estrelas vem o último brilho, lágrima cristalina,

é noite, a lua espia o sol por detrás da montanha,

nasce um novo universo em cada sílaba sibilina

pronunciada por um Deus, de lá de suas entranhas...