Aquilo que resulta.

Errei muitas vezes

Nesta curta vida

Acertei também

E muito

Foi muito além

daquilo que se costuma errar

Num único compromisso vivo

Vidas, erros e acertos

Hoje eu vejo tudo isso

Como mero visitante

Que olha uma foto antiga

daquelas que o tempo desbota

Ao passar por elas

Mas ainda dá

Pra enxergar nos detalhes

Aquelas reles coisas

Que ninguém nota, quando as vê

Essa vida rota,

incrivelmente amarrotada

Que todos tem

E eu também tive

Olhares que não dizem nada

Pobres almas condenadas

Cobrando atitudes da gente

Percebo que não houve sorte

Não se vive o azar ao acaso

Só erros e acertos

Naturais

Quando a gente realmente vive

Que alguns prazos e compromissos

Terminam

Ou chegam bem perto disso

Vem aquela sensação

de olhar a vida

Como a vê-la de cima

e com certa isenção

Com a vivência

de quem olha e se cala

Quando sabe

Que é sim, possível, aprender a viver

Mas só depois da experiência

Entende que não há como ensiná-la

Perante os próprios tropeços

Compreende o valor das coisas

Cujos preços se descobre

Após muitos desdobramentos

E o coração nada fala

Aprendeu, ainda que vagamente

Que tristeza e alegrias

São coisas que o tempo apaga

Só restam lembranças

Pouco honestas, muito vagas

da procura pela cura

de uma loucura aparente

Existente ou não

Talvez tenha sido encontrada

Pra logo em seguida

Ser novamente perdida

e nunca ... jamais

Plenamente curada

Enquanto vivos

Até que um dia percebe

Que a lição melhor aprendida

Resulta

Em saber que no final

Apesar de tudo

Tudo continua exatamente igual

E tudo que nos cabe :

Aprender que não sabe nada.

Edson Ricardo Paiva