ANDA...
Anda, vem ver, a vida floresceu de novo,
os botões de rosa se abriram mal o sol abriu os braços,
a água da natureza cortou a rocha e fez-se em gozo,
mal abriu o dia a luz andou sobre a areia e traçou traços...
Anda, vem tocar a polpa da goiaba doce e vermelha,
aceite a amora como presente da floresta incandescente,
as pequeninas aranhas descem por seus fios de suas teias;
olhe lá, estão nas mercearias, olhe, quantos, quanta gente...
Faça do seu coração a casa de quantos puderem entrar,
do seu peito um jardim pra quantos puderem cultivar,
faça dos seus olhos um remanso para quem quiser ver,
das suas mãos as chaves para aqueles que querem nascer...
Anda, toque seu coração como um sino para um dia de reza,
aceite que riam com você e de você e para você, aceite,
porão uma porção de paz no seu prato, som que reverbera,
em sua salada o mel dos ursos, da oliva o mais puro azeite...
Anda, tem um rio à sua espera, margens vazias de cascalhos,
tenha por gostar os olhares das árvores que espiam o seu andar,
sacuda a roupa suja de poeira e mire as serpentes e seus chocalhos,
o seu destino, porém, é conhecer o movimento do amor e seu amar...
Faça como fazem as explosões solares, suas estrelas incendiadas,
aja como o pedaço de universo que só a ti pertence, sua explosão,
abra os braços como asas e voe para além da latitudes desenhadas,
reúna aos que estão incendiados, todos, belos, únicos, seu coração...