SAARA DO ÍNTIMO
Resta-me no pedestal da vida a última lembrança
Que me açoita nos novelos do pensamento, a dor...
Rasgo-me em fragmentos e minha essência é amor
Que pulula sobre a cerâmica ainda nova da infância.
Sobro-me em mim mesmo perante faustos vendavais
Ainda cicerones das circunstâncias dum tempo senil
Que caricatura em mim epopeias da existência juvenil
Vivas e cultivadoras das sementes dos meus ancestrais.
Quedo-me a perguntar-me: Que são os pelos grisalhos?
Nasci ontem e certamente caminharei sobre os cascalhos
Das imensas estradas onde mão e contramão são trânsitos...
Soçobram-me adiante os sonhos esqueléticos da mocidade,
São devaneios mortos-vivos que ultrapassaram a puberdade,
Porém vítimas de uma adolescência desértica de encantos!
DE Ivan de Oliveira Melo