Temperança
humanamente melhor e bem...
aprendo sobre os mistérios silenciosos do acaso
o destino desvendo sobre a presença incomparável de ser
carregando pelo mundo essas parcas experiências
avivo minhas mãos para o alto, ao absoluto
criando asas, caindo pelo abismo...
humanizando o meu destino
e namorando a angústia suprema de viver
chuto balelas pelo escuro que há
e espero vir à tona a fatídica derrota de meu medo
juro forças, junto fraquezas e levanto ansioso...
para não mais divisar a limitação da rotina inebriante.
dançando com a liberdade em terrenos baldios
pulo os cacos de vidro e corro sem fim ao brilho do seu olhar
ofuscando meu escuro, minha solidão...
é o fim do túnel que me espero
taciturno, venço os declives...
e no alto da montanha posso lhe ver...
estás longe e estás viva...
alegria enfeitice meu pesar
dê lenha a esse fogo potencialmente perigoso
para juntos pensarmos em saltar
e caindo de tristezas seguiremos tentando
caminhando muito devagar.
ofereço essas dores, ofereço esse silêncio...
e me prostro diante a essa imensidão.
aportando distante o vento forte da madrugada
como um véu que deita sua mão sobre a minha face
sentiremos nascer, novamente, o sol...
temor pela vida, pela estrada aberta... há possibilidades
continuo a flutuar pelo escuro
tateando o invisível e dando margens ao acaso.