O relógio do tempo!
E esse tempo que às vezes não passa
Lá fora o meço através da minha vidraça
E outras vezes passa demais
Me julgando em coisas que faço banais
Esse tique e taque nervoso
Me deixa assim culposo
De ter deixado o tempo passar
Sem nem mesmo do viver me preocupar
E o tempo assim vai diluindo a minha vida
Que não foi ainda totalmente vivida
Mas ele imperdoável e sem misericórdia
Me olha no fundo dos olhos com olhos de discórdia
Cada segundo se torna em minuto
Cada minuto em horas as quais triste reluto
A angústia de ter que esperar o relógio marcar
A hora que eu tenho que me entregar
Mas ele me dá vida e continua batendo
E no desespero de estar vivendo
O ouço complacentemente, mas ainda o tenho aguardado
O tempo de viver o que me sobra, mesmo triste e cansado
E vai-se o tempo como uma flecha envenenada
A tudo envelhecendo na nossa curta jornada
E um dia então quando o último suspiro ao relógio oferecer
Verei que valeu a pena o amar, a alegria e até mesmo o sofrer