O relógio do tempo!

E esse tempo que às vezes não passa

Lá fora o meço através da minha vidraça

E outras vezes passa demais

Me julgando em coisas que faço banais

Esse tique e taque nervoso

Me deixa assim culposo

De ter deixado o tempo passar

Sem nem mesmo do viver me preocupar

E o tempo assim vai diluindo a minha vida

Que não foi ainda totalmente vivida

Mas ele imperdoável e sem misericórdia

Me olha no fundo dos olhos com olhos de discórdia

Cada segundo se torna em minuto

Cada minuto em horas as quais triste reluto

A angústia de ter que esperar o relógio marcar

A hora que eu tenho que me entregar

Mas ele me dá vida e continua batendo

E no desespero de estar vivendo

O ouço complacentemente, mas ainda o tenho aguardado

O tempo de viver o que me sobra, mesmo triste e cansado

E vai-se o tempo como uma flecha envenenada

A tudo envelhecendo na nossa curta jornada

E um dia então quando o último suspiro ao relógio oferecer

Verei que valeu a pena o amar, a alegria e até mesmo o sofrer

Paulo Eduardo Cardoso Pereira
Enviado por Paulo Eduardo Cardoso Pereira em 15/07/2017
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