Nascia um poeta

As cenas

insistentes

e impuras

que meus ouvidos

observavam

inquietos.

Edifícios tortos

ratos podres

em vielas

caligrafias sujas

e sorrisos presos

em uma caixa

de fabricar

incertezas.

Meus ouvidos

enxergavam

olhos

que cheiravam

boca

que respirava

pele

que falava

ventre

que gritava

sussurros.

Nada mais

existia

muito menos

corpo

eram apenas

versos

e fumaças.

Mais um poeta

nascia

na loucura

da noite

e ardia.