Hormônios Poéticos
É mais erótica a alma no outono da vida
Quando somos folhas que voam ao vento...
Há imagem mais sensual que a leveza?
Os hormônios já não gritam...
Ouvem o sussurro dos elétrons
Movimento vivo da energia pura
O impulso de quem está vivo não cessa.
Em qualquer tempo, hormônios são como uma sede
Que só se aplaca ao beber
E quando se fartam de sumo e de seiva
Florescem estrelas, sonham amanhãs
Renascem e vivem por mais vida.
Por quê se atraem as Polaridades?
Porque são os Princípios da Existência.
O Feminino e o Masculino
Trançam a Árvore da Vida
A serpente é eterna reverência ao sagrado.
Ainda que o corpo oculte a alma
O tempo desnuda o erótico
Para que todas as estações
Exponham a sua sabedoria
E não é em vão que o sol sensualize
A Natureza
E a lua cintile misteriosa
Para que homens e mulheres,
Hormônios e elétrons
Jamais parem de dançar
E ainda que de forma inconfessável
A morte também seja erótica
Os anjos hão de celebrar
Quando com ela fecundarmos o Céu
Para de novo pertencê-lo