Refugiados

Ei! Maninha, de onde voce vem?

Eu venho lá do passeio

Onde vi montanhas azuis

Caldo de cascatas

Pássaros de tinta

Em nuvens de algodão.

Crianças sem eira nem beira

Com mil alegrias na palma da mão

No barco a embicar a costa do Réggio

Um amor assim como o nosso, latente

Outro saído dos grandes romances, eterno

Sonhos dispersos a se alimentar das raízes

Não olhem para trás, filhos de Deus, naveguem.

Conflito imbecil, Babel de combates

Ah! Tenebrosos demônios e suas rapinas de ódio

Discípulos do colégio de Nero

Por quem são mortas milhares de gentes

Quer seja sangrando na Síria

Quem fosse a fugir pelo mar

Os sobreviventes sorriem, deixemo-los ficar.