Cativo
Divide o céu com o asfalto,
trapos, trampos e promessas,
ceias divinais à mostra em calçadas de sangue,
vai, moleque,
vai, doutor,
o mundo incomensurável em seus delírios.
Divide os apelos e o choro,
imensidão de mansidão (ou seria obediência?),
cala-te boca,
cala-te ou morres,
morres, pois vives,
eternidade,
origami,
papelões,
sermões de heróis ensopados em sangue,
cruz e credo sob os pés de quem rachou junto ao solo.
O mundo é cru em seus banquetes...
Em nome de quem?
Cativo.