Da vida ao Nada
O tempo ferindo de morte os sonhos...
a vida, a paciência...fugidias
que ainda por pouco tenho,
os risos vão ruínas
estampa decadente...
perde-se aos poucos essa habilidade
e ganha-se outras ao decorrer da vida
como o talento matemático
de sempre diminuir:
diminuir lembranças,
diminuir esperanças,
desejos
numa operação de autossabotagem.
E quando nos damos conta
tudo se resume a isso,
a passagem mecânica da vida,
contagem regressiva do que somos
nada além do que não fomos,
que não pudemos e não vivemos.