Meu vício
MEU VÍCIO
Queria viver de poesia
Seria poesia de noite
Seria poesia de dia
Poesia no ar que respiro
Poesia eu até comeria
Uma rima de leve na janta
Um verso recheado no café
E no almoço uma estrofe inteira
Acompanhada com farinha
Pra nutrir melhor a vida
Todo dia iria beber
Matar a sede de poesia
Só tomando grandes doses
Pra me embriagar desse néctar
Com sabor de harmonia
Quero sempre mais e mais
Encher a cara e as veias
Até meu sangue correria
Cheio dessa substância
Viveria num coma poético
Induzido pela euforia
Usar essa droga pesada
É minha maior alegria
Pra mim é tarde demais agora
Pois desde a primeira prova
Me viciei em poesia!