UM CONTO
UM CONTO
O sol se pôs no fim da estrada.
Daqui eu vi.
Vi meu escuro a espreita...
A palavra na noite a se esgueirar.
O céu nublou no fim da estrada...
Aquela onde me vi só, com gosto de vento no estômago. E cheiro de folha no ar.
E veio o breu... com ele o verso...
Novo acorde oculto... de tristeza e solidão.
Não fosse tu: palavra temporã, não fosse tu:
Poesia aventureira... iria eu dormir chorando, mas tu
existes, teimosa sacrossanta, pra redimir o dia que se foi. Pra retomar do escuro aquele olhar. Pra reescrever no avesso um conto a mais...
Tão necessário
à paz do meu penar.
Dete Reis.