UM CONTO

UM CONTO

O sol se pôs no fim da estrada.

Daqui eu vi.

Vi meu escuro a espreita...

A palavra na noite a se esgueirar.

O céu nublou no fim da estrada...

Aquela onde me vi só, com gosto de vento no estômago. E cheiro de folha no ar.

E veio o breu... com ele o verso...

Novo acorde oculto... de tristeza e solidão.

Não fosse tu: palavra temporã, não fosse tu:

Poesia aventureira... iria eu dormir chorando, mas tu

existes, teimosa sacrossanta, pra redimir o dia que se foi. Pra retomar do escuro aquele olhar. Pra reescrever no avesso um conto a mais...

Tão necessário

à paz do meu penar.

Dete Reis.

Dete Acioli
Enviado por Dete Acioli em 13/06/2017
Reeditado em 03/01/2019
Código do texto: T6025897
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