Masoquismo moral

Quando embora se vão

os ponteiros da vida

mal-estar e desilusão

assolam a perdida

fria noite de verso e prosa,

a invisível rosa

dos ventos de um sonho

vês um bardo tristonho

é a canção enleada

do que sentia e não a fez

deixar arrebatada

era o dia, era a vez,

mas haviam espinhos,

e ele estava mergulhado,

e continuaram sozinhos

em universos paralelos

trevas em luz ao seu lado

mas não quis ser iluminado

pois seu mundo tinha elos

e concepções de um quebrado

prazer, como ele queria...

e a noite se fez dia

só precisava de um tempo

consigo mesmo, e com ela,

mas seu pensamento,

ilógico, rendia-se à atitude

esquiva que vinha dela

e o mergulho profundo

dominou com fome e sede

as entranhas de seu mundo!

Não preciso dizer

que, distônicos, se foram

repulsos no lidar, mas, no ser,

seus mundos se contemplam

ainda que distantes,e próximos,

uma a correr nas passarelas

do tempo, e ambos exímios

poetas em suas celas

de timidez, medos, castigos,

o que eles têm em comum?

Não conhecem os perigos

e nem o buscam em algum

ponteiro fugaz de cegos

e, estóicos, fogem pelo ar

feito sonho peculiar,

compartilhadamente,

feito versos na mente!

Dr Niedson Medeiros
Enviado por Dr Niedson Medeiros em 12/06/2017
Código do texto: T6025830
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