Queria saber fazer viver flores.
Verde da esperança
De me vedes
Com olhos de alma
Com os olhos que vejo
O sono vem
Na tentativa de fuga
O sono vem
Em forma de abrigo
O perfeito do irreal me fascina
A realidade me aflige
O ser/não ser que permeia
Enlouquece
Que sou dentro mim?
A descoberta será o fim?
Ou no fim?
Ou não haverá?
Minha mente vaga
Como minha alma
Meu coração sente
Como meu corpo
O frio disso tudo congela
Paralisa o sentir
Anestesia o viver
A inércia virou sina
Escrever é consolo
É furacão
Tsunami
Demolição
Escrever é afundar
Acreditar que respira
Sem respirar
É negar
Escrever é tentar reinventar
É querer sonhar acordado
E quem não escreve, não sonha?
Talvez esteja apenas vivendo
Quem sonha, vive menos
Ou vive mais?
Perco tempo demais sonhando
Mas o que há de real?
Perco tempo demais pensando
Pensar atrapalha um tanto
Mas faz-me lembrar que é
Em sentir que está o encanto
Queria saber fazer viver flores
Elas sempre morrem no meu jardim
Não sei cuidar de flores
Não sei se algo floresce em mim
O nublado do dia me encanta
O cinza sempre me cai bem
O azul foge da minha mente
E o verde, se quer me vem