Queria saber fazer viver flores.

Verde da esperança

De me vedes

Com olhos de alma

Com os olhos que vejo

O sono vem

Na tentativa de fuga

O sono vem

Em forma de abrigo

O perfeito do irreal me fascina

A realidade me aflige

O ser/não ser que permeia

Enlouquece

Que sou dentro mim?

A descoberta será o fim?

Ou no fim?

Ou não haverá?

Minha mente vaga

Como minha alma

Meu coração sente

Como meu corpo

O frio disso tudo congela

Paralisa o sentir

Anestesia o viver

A inércia virou sina

Escrever é consolo

É furacão

Tsunami

Demolição

Escrever é afundar

Acreditar que respira

Sem respirar

É negar

Escrever é tentar reinventar

É querer sonhar acordado

E quem não escreve, não sonha?

Talvez esteja apenas vivendo

Quem sonha, vive menos

Ou vive mais?

Perco tempo demais sonhando

Mas o que há de real?

Perco tempo demais pensando

Pensar atrapalha um tanto

Mas faz-me lembrar que é

Em sentir que está o encanto

Queria saber fazer viver flores

Elas sempre morrem no meu jardim

Não sei cuidar de flores

Não sei se algo floresce em mim

O nublado do dia me encanta

O cinza sempre me cai bem

O azul foge da minha mente

E o verde, se quer me vem

Thamiris Sales
Enviado por Thamiris Sales em 11/06/2017
Reeditado em 18/06/2017
Código do texto: T6024771
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