A Rede
Mãe e filhos na canoa de pano
Galera dos mares da noite
Infladas as velas das páginas
De alguma rica história
Que cúmplices folheiam
O vento morno e constante
Vento que acaricia os cabelos
Conforto denso
Doçura que se come de colher
Sob suas penas a cria
Natural satisfação
De bordar e tecer o futuro
Que cada vez mais
Se bordará sem suas mãos
Mas por hora eles lêem
Sob o abrigo do seu colo
E mesmo sozinhos
Num futuro sem a rede
Pela vida ela ditará seus passos
Oscilantes
Pra lá e pra cá…
Seguros num abraço que permanece