DISTANTE DIA
Bati, bati, não me deixaram entrar,
nenhuma veio me atender,
nenhuma quis falar...
Escutei o ruído na sala,
algumas arrumavam as malas,
iam viajar...
Será que o mundo mudaria
já que nenhuma ia
se desfazer do pacto de silêncio,
nem ia se deixar levar pelo vento
que roçava os arbustos,
riam dos mudos?
Bati de novo,
o mesmo tom de mudez,
o que será que fez
ficarem no bojo
da inércia verbal,
será coisa do homem,
será coisa do mal,
será que chegou o distante dia
em que se fez silêncio na casa da poesia?