Mergulho

Quão belo desatino

esvaecer os tons de luz

entre chumbos e trevas

em meio dia a pino

em deserto que reconduz

multidões, de rios e selvas

petrolíferas, cibernéticas

a talvez um maguetown

a atlânticas e ecléticas

águas do manancial,

que seja ante imperial,

maquiavélica e vil

máscara o riso da alma

espontânea e pueril

e ao mesmo tempo sábia

como a prece e a calma

a clamar à retidão

dias de Sol e alegria

em tão reprimidas vontades

feito o mundo em solidão

no frio Carbono das cidades

nas telas, espelhos, vaidades,

no buscar infindo "imortal"

Narciso, Kuravas e sofista

feito alimento surreal

de elementos carentes

de sonhos, mundos, poentes,

de etérea mente que sente

o cheiro, o olhar reluzente,

o verso, a prosa entrelaçada

com um gole de aguardente

em sono profundo, vida,

de que vale a almejada

virtude hipócrita vigente

numa doce despedida

descobrir que está doente

e jamais ser reerguida?

Os sinos dobram,mas por quem?

Ponteiros obsessivos

famintos acham alguém

alheio aos seus crivos,

como a epigênese do amém

nasceu da incerteza dos vivos

serem o mundo e a mente

unidos tresloucadamente

na infinitude do cosmo

em um elo perdido eterno

de jamais achado abismo

fluente, amoroso, paterno!

Dr Niedson Medeiros
Enviado por Dr Niedson Medeiros em 01/06/2017
Código do texto: T6015723
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