O sopro de Éolo
Numa manhã nublada
por Éolo fui soprado
lançado na vida
sozinho, perdido
cheguei cheio de dúvidas
com medo desse lugar
as dúvidas não foram respondidas
mas o medo, nem consigo mais me lembrar
não era um medo fútil
mas devido as inúmeras confusões que surgiram
os inúmeros problemas que apareceram
fizeram com que o primeiro medo fosse inútil
mas eu sei que um dia não foi
primeiro veio a escola
roubou-me tempo
mas deu-me, conhecimento
e de lá um dia fui embora
lá conheci a amizade
conheci o amor
conheci dor
conheci as guerras e cada calamidade
então veio o trabalho
as pessoas diziam, esse é trabalhador, guerreiro
ele levou-me a vida
deu-me o dinheiro
para que por mim ela fosse desfrutada
pena que pra isso
eu precisava de vida
veio o amor
namoro
dor
e fim
então um recomeço
sonhos e mais tempo
e no acaso surgiu um casamento
filhos
sono, tormento
Trabalho
falta de tempo
surgiram brigas
desconfiança
intrigas
e outro fim
então veio a velhice
veio o cansaço
veio a falta,
a falta do que nunca veio
veio a raiva por Éolo
por aqui ter me soprado
veio a tristeza por eu ter sido desperdiçado
veio a dor por não ter vivido
e no fim, veio morte