SEM MARCAS
Tô me vendo no espelho
Do tempo que transformou
O brilho do meu olhar,
E redesenhou o meu sorriso.
Tô passando, tô indo,
Tô fugindo, de que; não sei!
Quem sabe! Fujo de mim;
Da minha sombra.
Tô vivendo numa época
Que não é mais a minha,
Passou enquanto eu tentava
Encontrar um novo rumo.
Tô tentando me reencontrar
Com o meu eu de antigamente;
Adormecer nos campos
Verdes da infância,
E no ávido encontro
Comtemplar a imagem
Daquele menino,
Que jamais deveria ter crescido.
Tô buscando me descobrir
Em meio a tantos disfarces,
Meus caminhos perdidos
Foram traçados
Com o giz da juventude.
Já é tarde! Preciso ir,
Talvez, eu nunca
Consiga me encontrar;
Pois por aqui passei
E, não deixei marcas.