SEMPRE

Sempre que me perguntam,

nunca tenho a resposta;

as palavras, (por conta),

se ajuntam e se tornam

portas...

Sempre que me dizem vá,

agora é hora de partir,

lhes digo, prefiro ficar,

viver, ser, me consumir...

Sempre que me pedem outra canção,

aquela que dirá o que não disse agora,

canto a mesma e mudo a direção

dos versos que pertencem à mesma memória...

Sempre que se escondem de meu olhar

evitando que eu alcance clareza e lucidez,

lhes dou o barco para que possam navegar

e mirar, (mais uma vez), e ver o sol nascer...

Sempre que descobrem onde mora o amor

vão todos, aos domingos, buscar uma porção

do que distribue este sentimento sempre em flor,

alimento purificado a cada um que crê em sua doação...

Sempre que escuto um gemido

gemo junto e a gema se solta da casca;

nasce, para sempre, a todo olvido,

a poesia feita de energia e (Einstein) massa...