VESTIDO VERMELHO
VESTIDO VERMELHO
Luiza de Marilac Ramos da Silva
Eu queria buscar na fonte da vida
a arte de amar e de ser feliz.
Mas por um instante sentir-me perdida
diante das desilusões e obscuridades no caminho.
Pensei .... Ah! Em minha infância querida
os sonhos criavam asas e voavam para o infinito.
A imaginação era o meu mundo.
Vivi o amor philia, o encantamento.
Com o passar do tempo tudo ficou diferente
Os meus passos cresceram e com eles o meu ideal
porém , tive medo de lançar-me, de alçar altos voos.
Chorei, sorri, em minha mãe busquei aconchego
e encontrei também o amor ágape, incondicional
sentir-me realizada e me doei totalmente.
Até que num dia triste e nublado
perdi o meu grande amor e num pranto de lágrimas
clamei a Deus, julguei-me dona do destino, queria
o colo em que me aconcheguei.
E já quase sem forças me agarrei num fio de esperança
e aceitei fazer a passagem, novamente retomei
o caminhar, reaprendi a viver e a escrever a vida
corajosamente, como uma guerreira da luz.
Os sonhos de outrora se transformaram e vagorosamente
Insistentemente, vi descortinar-se diante de mim,
o amor Eros que chegou de mansinho e o cupido assanhado
flechou meu coração.
Que sentimento avassalador! Que loucura mais sensata!
Que boa sensação de amar e sentir-se amada
Não um amor banal, carnal e casual
mas sim, um amor sincero, verdadeiro e carinhoso.
Vivemos num mundo vasto em plena modernidade
e em meio a tamanha correria , não podemos parar
Não temos tempo para as mil faces do amar.
E agora percebo que nas entrelinhas da vida
construir a minha história e não sei o que há por vir
Sei e agora me recordo da menininha graciosa
e também cheia de prosa que gostava de brincar.
Ah! Menina faceira
O tempo passou e na minha mente de poetisa
ainda hoje, vejo rastros da menininha de vestido vermelho.
Poesia publicada em 1ª Edição – bilíngue (português e inglês)
São José dos Campos – SP – 2015