Muro de vaidades

Uma pequena gota é que

me faz precioso porque

apraz meus instintos

mais puros e divinais

em árida vida, extintos

que são os desiguais

pulsares das canções

onde esconderam as vozes,

versos, prosas, devaneios,

onde estão os corações

sem mente, por vezes

a iluminar anseios

sem culpa, pueris, alheios,

já não se faz um sonho

como fomos aos nossos pais

o que somos senão desenho

do amor que não existe mais

fomos flecha, arco em barco

nada temiamos, e agora?

Paro, e penso, e me perco,

somos simples hora

em ponteiros insanos,

esquecemos a vitória

entre selvas de planos

que deixamos lá atrás,

fugindo, esquecemos

da nossa maior paz,

e vivemos uma guerra

e afogamos na Terra

temores e anseios

feito herói covarde,

encontramos os meios,

os todos e as partes,

e saciamos nossa sede

nos fingindo de fortes

em um muro de vaidades...

Dr Niedson Medeiros
Enviado por Dr Niedson Medeiros em 15/05/2017
Código do texto: T5999978
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