SUICÍDIO
Estou saindo e desistindo de tudo
que nada me acrescenta.
Quero antes a plenitude da poesia, a paz de meu Lar, o abraço dos raros amigos e o AMOR em sua maior grandeza.
EU sou a melhor escolha de MIM.
O resto fica para o resto!
Chega um tempo em que é preciso soltar a águia dentro de nós
e deixar partir a galinha que cisca e cisca, mas não sai do lugar.
Aprendi isso lendo Leonardo Boff.
Descobri minha casa em "Um rio chamado tempo" (Mia Couto).
Descobri meu ego no verso: "Eu me exibo de costas"(Manoel de Barros).
Aprendi a música de "Os sinos do silêncio", de Corsino Fortes...
Até escutar a voz que veio de dentro.
Basta. Eu me entrego ao suicídio da pequenez!
Afinal, para ser grande é preciso ser inteiro, canta - me agora meu eterno amante Ricardo Reis.
(ROSIDELMA FRAGA, da obra A todo amante).