OS FILHOS DE BACO

A língua do vento a lamber a onda

que se contorce e afunda a nau,

do céu a nuvem faz-lhe sombra

a protegê-la do sol sideral,

fim de tarde em Ibiza,

pescadores riem,

bom sinal...

. . .

Suportam as pedras os andarilhos de verão,

castelo de mil e uma histórias,

passarão os homens,

os sonhos não passarão,

armaduras regem memórias no castelo,

o rei, o homem morto,

ainda que belo,

em solidão...

. . .

Tantas vinhas e tantos vinhos,

de Baco os filhos regenerados

de súbito pousam, de mansinho,

os pés sobre galhos ressecados...