O MAIS DOCE ESPANTO

Anda, poesia,

diga-me em que dia

viverei ás expensas de tuas posses,

quando será a minha cura,

o fim da tosse,

da minha pneu-mania

de escrever versos

que só você poderia

tecer em meu imo imerso...

Vai, poesia,

põe-me a voar em teu bando

de pássaros brancos

que esvoaçam grafias,

decoram o azul do límpido céu azul,

vai, me toma por fênix

e me dê mais um dia...

Cá, poesia,

te tomo nos braços

e nino e te canto

o mais doce espanto

que pude criar:

revela-me o tanto

que no entanto

ainda posso amar...