MIL ONDAS
Não desejo ao inimigo
a luz que se apaga
a geada no trigo
nem desejo
que seu berço
caia
no esterco
das vacas magras
que pastam a solidão dos desígnios...
Desejo
o verdadeiro
nasce de manhã
e morre por inteiro
mal o inimigo
some
na paisagem da vida sem pose...
Desejo e não desejo
ao inimigo
a cócega que faz o rio
rir mil ondas de medo...