Vaidade das vaidades

Quantas palavras não ditas

nas chaminés do tempo

evocam dias sombrios

de idéias desfeitas?

E limpo o pensamento

em novos desafios!

Quantas horas a fio,

sobre a ponte da vida,

a gente destrói em brio

airoso que, atrevida,

a mente insiste em resgatar?

Quanta chance perdida

você fica a colecionar?

Trem passageiro que a gente

separa dos trilhos

simples como vontade torpe

que se faz e não se sente

na pele própria ou dos filhos,

não há tez ou pó que escape,

nem lágrima ou saudade,

tudo passa, tudo é vaidade,

o gume sedento que ceifa

veloz nos ponteiros dos dias

não perdoa sono ou estafa

lá se vão sangue, suor,

doenças, tristezas, alegrias,

lá se vai o amor

no último bonde astral

de nossas doces horas frias

cá você a cegar ante

relapso céu desigual,

como nunca, radiante

na certeza do incerto

pulsar, estranho espasmo

que a encontra no cosmo

errante, em Marte, perto,

mas algo interno expressa

o caos em bruma e pressa

que te envolve, de fato,

e conclamo o falho ato

e a energia então cessa

em um até logo insensato!

Dr Niedson Medeiros
Enviado por Dr Niedson Medeiros em 30/04/2017
Código do texto: T5985988
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