Lampejo

O cansaço na carne

Dos afazeres do dia

Do pensamento que arde

Do olho cego que vagueia

Traz o lamento que prende

Os pés de chumbo no chão

A alma fraca que gira tonta

Em torno do seu próprio eixo.

Um silêncio por favor

Liberto das amarras do Eu

Que dói por querer doer

Toma a mente, num lampejo,

O espaço

E paira sob a clara luz que vigia.

Momentos de pura lucidez

Nas alturas com a face

Inebriada para a lua

Sem as nuvens deslizantes

Da costumeira confusão.

Mas logo o encanto se desfaz

E navego sem controle

o rio lamacento outra vez.

Claudia Machado

24/4/17

Cláudia Machado
Enviado por Cláudia Machado em 24/04/2017
Código do texto: T5980270
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