Alma Cigana
Minha alma tem sede
de vida, de andanças,
descobertas, vizinhanças.
Tem fome
de afeto, afago,
um trago.
De festa, dança,
da saia que balança
ao sabor do vento,
do movimento
que flui como a vida,
de dentro.
Momento.
Desejo o que ainda não é,
ainda não há,
aguarda lá
o tempo do gestar.
Onda que virá,
sussuro da brisa,
sopro no rosto,
porvir.
Certo como as linhas
da mão estendida,
das cartas sobre o manto,
do riso após o pranto.
Como a lua se enche,
esvazia, renova
volta a encher.