Rio-mar

Vivo e respiro poesia

no mais tênue desalento

em nave mãe pangéia

plural em meu pensamento

feito o ardor bom que se sente,

falho, assim, forte e lento...

sei que do outro lado, quente,

estão sonhos,rios e pontes

como um mangue de artes

ao encontro do mar

em planos simplórios, belos

como o brilho dos cabelos

jorram e amenizam o ar

de uma estufa ambulante

néctar ao navegante

bardo e amante dos versos...

e despeço, sereno ouvinte,

e peço, são sonhos diversos,

e canto aos sete mares

e conto aos cantos os luares

fiéis,ó Pai,a meus passos

numa noite, assim... dispersos

como saber que mesmo perdida

uma causa, ergue-se e vai

numa ida obsessiva e vã,

ainda que estarrecida

a caixa mãe cuida do pai

com carinho e afã

e teima, e lima, e cai

no banco da frente do trem

da vida escolhida aos dois

(e vem, avassalador, amém!)

em agora, sem antes ou depois!

Dr Niedson Medeiros
Enviado por Dr Niedson Medeiros em 20/04/2017
Código do texto: T5976603
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