Rio-mar
Vivo e respiro poesia
no mais tênue desalento
em nave mãe pangéia
plural em meu pensamento
feito o ardor bom que se sente,
falho, assim, forte e lento...
sei que do outro lado, quente,
estão sonhos,rios e pontes
como um mangue de artes
ao encontro do mar
em planos simplórios, belos
como o brilho dos cabelos
jorram e amenizam o ar
de uma estufa ambulante
néctar ao navegante
bardo e amante dos versos...
e despeço, sereno ouvinte,
e peço, são sonhos diversos,
e canto aos sete mares
e conto aos cantos os luares
fiéis,ó Pai,a meus passos
numa noite, assim... dispersos
como saber que mesmo perdida
uma causa, ergue-se e vai
numa ida obsessiva e vã,
ainda que estarrecida
a caixa mãe cuida do pai
com carinho e afã
e teima, e lima, e cai
no banco da frente do trem
da vida escolhida aos dois
(e vem, avassalador, amém!)
em agora, sem antes ou depois!