Demônios Camuflados

Fomos forjados no fogo

Mais forte da artilharia

Mas não somos imortais

Um a um vamos morrendo,

Cedo ou tarde todos nós

Vamos chegar lá,

O camuflado da farda que vestimos

Se tornou parte de nossas almas

Passando fome, frio e sede

Ou comendo barro

Nos tornamos irmãos

Carregando uma mochila

A honra e a cangalha

Na bandoleira um FAL 7.62

Partimos para marcha sem fim

Vasculhando cada centímetro

Das matas, treinando de baixo de chuva

Bebendo ou correndo atrás

De um rabo de saia

nós fomos

A elite dos militares do nosso estado

E agora meus irmãos vão partindo

De forma trágica

Numa marcha sem cadência

Até o colo de nosso criador

Nos resta a dor, as lagrimas

E a esperança de dias melhores

Olhar as fotos do velho álbum

E ver que pouco a pouco

As cores estão sumindo

Um por por um todos nós

Estamos morrendo

E a cada irmão que se vai

Vai uma parte do passado

Do presente e do futuro

Que façamos do hoje

O nosso melhor dia

Pois o amanhã sempre será

A incerteza de que estaremos

Celebrando a vitoria

De nossos combates diários.

"Demônios camuflados surgem da escuridão, sentinelas vão caindo ensangüentados pelo chão"

Em memória dos combatentes:

Cb 863 Railson

Sd 831 Heder

Sd 816 Souza

Sd 839 Cesar

Bateria de comando

Turma de 2011

5 Gac Ap

"Abraçado ao canhão morre o artilheiro."

Sd 841 Cristiano

Leandro C Sbrissia
Enviado por Leandro C Sbrissia em 12/04/2017
Reeditado em 12/04/2017
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