Entre palavras
Em segundos
o tempo escorre
entre palavras
enquanto
o inconsciente
percorre o ventre
que as produz
Cala
o que não pode ser
dito agora
disto ou daquilo
colocando pra fora
de alguma forma
todo sentimento
num breve momento
de liberação
Do riso fácil
escondido
no canto do lábio
Ao choro fingido
de rosto colado
no canto do quarto
Da fala pouca
que resume
o lamento
de frases inteiras
Ao solitário silencio
que oculta o medo diário
nas primeiras horas da madrugada
Da aridez facial
ausente de emoção
À frieza quase glacial
de um frouxo aperto de mão
Da mentira e o disfarce
presentes entre os dentes
À janela do olhar
que revela a verdade não pronunciada
Do passado
do qual nada
pode ser esquecido
Ao perdão reprimido
que insiste em ser adiado
Do abraço
colado ao peito
Ao aceno descuidado
feito de rosto virado pro lado
Em segundos
o tempo escorre
entre palavras
não pronunciadas
Energia não verbalizada
como água
escorrendo entre os dedos
deixando-os molhados
talvez para sempre...
Em segundos
o tempo escorre
entre palavras
enquanto
o inconsciente
percorre o ventre
que as produz
Cala
o que não pode ser
dito agora
disto ou daquilo
colocando pra fora
de alguma forma
todo sentimento
num breve momento
de liberação
Do riso fácil
escondido
no canto do lábio
Ao choro fingido
de rosto colado
no canto do quarto
Da fala pouca
que resume
o lamento
de frases inteiras
Ao solitário silencio
que oculta o medo diário
nas primeiras horas da madrugada
Da aridez facial
ausente de emoção
À frieza quase glacial
de um frouxo aperto de mão
Da mentira e o disfarce
presentes entre os dentes
À janela do olhar
que revela a verdade não pronunciada
Do passado
do qual nada
pode ser esquecido
Ao perdão reprimido
que insiste em ser adiado
Do abraço
colado ao peito
Ao aceno descuidado
feito de rosto virado pro lado
Em segundos
o tempo escorre
entre palavras
não pronunciadas
Energia não verbalizada
como água
escorrendo entre os dedos
deixando-os molhados
talvez para sempre...