O TRIGÉSIMO OITAVO DIA

Chegou o trigésimo oitavo dia.

Que dia o hoje prenunciava…

Que ontem viu que passava…

Que hora ainda contava.

Leu uma poesia…

Estranha que esquecia…

Que a vida ainda valia.

Resolveu escrever para esta…

Que segue sem rumo para a festa…

Que sempre esquece e contesta.

Quer falar para ouvir…

Que é preciso seguir…

Que é lindo sorrir.

Quer falar do ar que respira…

Da flor que linda inspira…

Da vida que passa e suspira.

Quer que tenha esperança…

Quer que tenha confiança…

Quer que esteja em segurança.

Quer que olhe o sol nascer …

Veja o brilho do entardecer…

E esteja no mais alto grau de viver.

Quer que sinta a paz…

Daquele que zela e se compraz…

Da dor que é fugaz.

Quer que perceba o tempo…

Que olhe por um momento…

A borboleta em movimento.

Veja a mudança que sofre…

Do casulo que suporta…

Para ser tão linda e forte.

Quer que olhe o pássaro lento…

Na linha do firmamento…

No seu suave movimento.

Quer que desenhe um dia…

Daquele que silencia…

Sua caminhada vazia.

Vai por aí afora…

Não espera o tempo que demora…

Pegue a mala e vá embora.

Tenha coragem de agir…

Não fique a dormir…

Num tempo que está a seguir.

Que estresse ler o que escreve…

Que cansaço que se apercebe…

De alguém que não se atreve.

Não vai dizer também…

Uma palavra que convém…

A esta sem rumo, no além?

E seja bem franco e pertinente…

Ela é extremamente impertinente…

O que incomoda muita gente.

Espero que leia aqui…

Para não se deixar ir…

Sem rumo a vida seguir.

NEUZA DRUMOND
Enviado por NEUZA DRUMOND em 28/03/2017
Código do texto: T5954857
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