O TRIGÉSIMO SÉTIMO DIA

Chegou o trigésimo sétimo dia.

Acordou sem pensar…

Que o dia estava a passar…

E na vida não havia voltar.

Era pensamento vazio…

Era água sem rio…

Era chuva sem estio.

Era pensar intrigante…

Era olhar passante…

Era dia sem antes.

Que estranho dia viver…

Que nada pensar e ser…

Que hora que estava a correr.

Olhou uma porta aberta…

Não havia uma rota certa…

Era ir por caminho sem reta.

Logrou ser esse dia assim…

Devido ao ontem sem fim…

Ao amanhã sem rumo, enfim.

Sentiu uma brisa que passava…

Um arrepio que fundo calava…

Na tarde que se aproximava.

Agora que já seguia…

A tarde que prenunciava fria…

Agasalhou com o que lhe cabia.

Abraçou bem forte o riso…

Aqueceu seu braço com sorriso…

Seguiu com coração preciso…

Vislumbrou um tempo pertinente…

Com passos de fé aderente…

Certa de ser influente.

Encontrou um segredo guardado…

Que estava com cadeado…

No seu mundo segregado.

Há se houvesse visto antes…

Um segredo tão importante…

A um passo de seu semblante.

Leu o segredo sozinha…

Quis partilhar como convinha…

A você que também caminha.

Não sabia como começar…

Nem havia um jeito de falar…

Preferiu então calar.

Então pede que incentive…

Esta que sempre vive…

E com você convive.

Há um certo temor…

De ser no mundo um torpor…

Alguém sem presteza e valor.

Sei bem que compreende…

Sei que segue e entende…

Um tempo que surpreende.

E se for agora…

A hora de ir embora…

Então chega por ora.

NEUZA DRUMOND
Enviado por NEUZA DRUMOND em 28/03/2017
Código do texto: T5954856
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.