nesse momento

atento às coisas que digo? não pelos

andares que nos esfolam, homens,

passam desolados nas fronteiras da

civilização, não são nossos irmãos? pelo

jeito de andar, a forma como segura o copo,

a vida por fio em pontes de parafinas?

as janelas lhes passando pelos cantos

dos olhos (pelo cantos dos olhos muitas

fêmeas expressam a verdadeira imagem,

e sempre há a rua com seus

torvelinhos de sensualidade, lubricas

pernas imberbes que nos amedronta

de desejo, não era eu aquele de ontem

que amei, era mais um sonho, como

esse é um sonho que não ama, tudo parece

veloz nesse fim de tarde, a alegria

brota num talo incolor nas entranhas,

nesse momento eu tiraria sua calcinha

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 23/03/2017
Código do texto: T5950258
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